30 maio, 2024

Buscando a Paz no Trânsito

Foto de Kara De Leos no Pexels


O deslocamento de pessoas e veículos oferece a oportunidade de conhecer novos lugares, transportar bens e viver experiências enriquecedoras ao lado de quem amamos. No entanto, nossa interação com o ambiente e as pessoas no trânsito também tem fomentado desequilíbrios e conflitos, revelando que não estamos em paz conosco ou com os outros. A Organização Mundial da Saúde aponta que sinistros de trânsito são a principal causa de morte de jovens de 5 a 29 anos.

Ademais, o trânsito expressa um conjunto de situações desafiadoras. Você já praticou ou presenciou comportamentos como estes? Buzinar irritado assim que o sinal abre, descontando frustrações nas primeiras horas do dia; não esperar a travessia completa e segura do pedestre, agindo de forma egoísta, mesmo estando mais protegido em seu veículo; fechar outro motorista intencionalmente, colocando-o em perigo para demonstrar força; dirigir em alta velocidade por hábito infeliz, colocando a segurança dos outros e de si mesmo em segundo plano; distrair-se ao volante, olhando para eletrônicos em vez de prestar atenção no trânsito; ocupar uma vaga indevidamente, fingindo não ver o outro veículo esperando ou ignorando a sinalização de uso exclusivo para deficientes; agredir verbal ou fisicamente outros no trânsito, como forma de extravasar o orgulho ferido; discriminar mulheres e idosos, baseando-se em preconceitos sobre a habilidade dessas pessoas ao volante.

Diante disso, pode parecer impossível alcançar ou promover a paz no trânsito, mas ela é essencial para uma vida feliz e equilibrada para todos. Um ambiente de paz proporciona tranquilidade e reduz o adoecimento emocional. Relações pacíficas demonstram flexibilidade e harmonia, mesmo com diferenças de pensamento ou crenças. Intimamente, a paz se reflete na brandura do coração, no semblante calmo e no pensamento ordenado e desacelerado. 

Nesse processo, somos todos importantes: políticos e gestores de políticas públicas, dirigentes de instituições de trânsito, agentes de organizações de trânsito e transporte, sociedade civil, líderes religiosos e suas instituições, repórteres e a mídia, órgãos não governamentais, e cada um de nós, você e eu. Por isso, cobre, reivindique e também dê seu primeiro passo em direção à paz.

Reflita sobre os comportamentos negativos que você mais expressa no trânsito. Use a auto-observação para identificar "quando" e "em quais situações" esses comportamentos ocorrem, facilitando a mudança desejada. Após identificá-los, estabeleça uma meta para minimizar ou substituí-los por comportamentos mais equilibrados ao longo do dia/semana.

Ao final deste período, avalie seu progresso, repare como se sente e persista até que o novo comportamento transforme-se num hábito saudável. Assim, você construirá aos poucos um padrão de conduta mais pacífico nos seus deslocamentos, refletindo a paz necessária que todos buscamos no ambiente do trânsito.